Festejos de Oxum
A festa de Òsun Òsogbo é uma festa internacional que
se realiza no mês de agosto.
Nesta festa comemora-se o aniversário da cidade de
Òsogbo na Nigéria e também o "pacto" firmado entre
o Rei Laroye fundador e primeiro rei da cidade e a
divindade do rio Òsun. Todo ano a festa tem seu início
às dezessete horas no momento em que se acende a
lâmpada de Òsónyìn com dezesseis bocas,
a "olójumérìndinlogun", que fica assim até a madrugada.
Diz a lenda que os primeiros moradores de Òsogbo
viéram de uma cidade que hoje é chamada "Ìpolé"
(sul de Ilésà) também na Nigéria. Eles saíram de sua
cidade por causa da seca e depois de muitos dias de
viagem, chegaram à margem de um rio. Felizes, eles
decidiram instalar-se no local e começaram a cortar
árvores para a construção de suas casas. Aconteceu
que uma das árvores caiu sem querer no rio e, de
repente, eles ouviram uma pessoa em voz alta dizendo:
Òsó Igbó (de onde também pode ter vindo o
nome Òsogbo) pèlé o, gbogbo ìkòkò mi lé tí fo tan.
Feiticeiro da Floresta faça devagar,
já quebrou todos os meus vasos.
Nas antigas comunidade dos Yorùbá, os vasos eram
usados para guardar água para beber.
Como sinal de paz, Larooye, sentado em uma rocha,
ofereceu juntamente com seu povo, sacrifício à Divindade.
Esta rocha fica até hoje como uma referência simbólica
e de grande significado na festa de Òsun.
Hoje a cidade de Òsogbo é uma cidade moderna é a
capital do Estado de Òsun na região ocidental da Nigéria,
distante cerca de duzentos e cinqüenta quilômetros de
Lagos, a antiga capital. Além da festa de Òsun, a cidade
é notável pelas suas várias obras e galerias de arte.
Reconhecidos internacionalmente os artistas participam
nas exposições locais e internacionais. Lá estão milhares
de obras de escultura de batik, obras de tintura tradicional,
contas, entalhe, mosaico, pintura, etc. Dentre as galerias
podemos citar a Heritafwe RT Gallery, Nike Centre for Arts
and Culture, Odi Olowo, Dade Estarte e a Casa da Susan
Wenger a Adunni Olórìsà, sacerdotiza austríaca naturalizada
nigeriana.
Floresta Sagrada de Òsun
No dia da festa de Òsun, todo o povo da cidade, os
sacerdotes, adeptos, noviços, espectadores, bem como
os visitantes reúnem-se no Palácio de Atáója (título do rei)
e daí saem em procissão para o "Ojúbo Òsun" (Altar de
Òsun), com a Arugbá Òsun (a menina carregadora da
igbá – a cabaça) à frente. No Ojúbo, o Atáója faz os
sacrifícios necessários junto com a Ìyá Òsun e o
Bàbá Òsun.
A Ìyá Òsun é a sacerdotiza de Òsun. Ela cuida do sacrifício
diário à Òsun e também dos festejos. Cabe a Ìyá Òsun
invocar a divindade para dar a "água santa" que tem
poder de cura aos fiéis. Ela sabe o segredo completo de
Òsun e pode comunicar-se com ela. Ela canta também
os "oríkì" e louvores à divindade:
Saleru agbo
Agbara agbo
L' Òsun fi n wo mo re
Ki "dokita" o to de
A-bi-mo-ma-da-naa-le
Ìwo lá n powe-mo
Ore yèyé Òsun o.
Há também o "Àwòrò Òsun" o Bàbá Òsun (sacerdote de
Òsun ). Ele também participa dos sacrifícios juntamente
com a "Ìyá Osun". Ele pode comunicar-se com a divindade
e canta seus louvores:
Òsogbo orólí àsálà, Onílé obí
Òsogbo refúgio da riqueza, senhora da terra do obí
Òsogbo ìlú àro, àro dèdè bi okùn
Òsogbo cidade dos peixes, peixe grande gerado no oceano.
Òsogbo oròkí Omo yèyé Òsun
Òsogbo palavra que é riqueza, filha da Mãe Idosa Òsun
Yèyé àtéwogbéja, a ní lábebe
Mãe Idosa a palma da mão que abençõa o peixe na beira do riacho.
Òsun Òsogbo, rere ni o sun fún mi.
Òsun Òsogbo, faça fluir coisas boas para mim.
A "Arugbá Òsun " é uma mocinha que dedica toda sua
vida ao serviço de Òsun. Ela deve ser solteira, virgem
e assim permanecerá até o dia em que deixar o cargo
para se casar.
No último dia da festa, a Arugbá Òsun carrega a igbá
sagrada que contém as figuras sagradas e outros objetos
do ritual e lidera a procissão de Atáója do Palácio para o
terreiro de Òsun onde ocorrerão os sacrifícios e, em
seguida, a volta ao Palácio.
Texto original de Tayo Julius Ajayi
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