sexta-feira, 22 de junho de 2012

Efòn e a sua história


Efòn a verdadeira história


Um pouco da história da chegada da nação  Efòn  no Brasil

Efòn é uma nação grande e com grandes òrìsà. 


Na África a nação ainda existe, e lá ainda cultua-se muitos orixás que se perderam no caminho para o Brasil. Devido a influência Keto, a nação de Efon, perdeu um pouco de sua raiz, que hoje tento resgatar.



De uma forma simples e resumida tentaremos contar a história da casa que é o berço dos 
Efòn  no Brasil, o "A Yangbá Òlòròkè ti Efòn" ou simplesmente como é chamado o Terreiro do  Òlòròkè  situado à Rua Antonio Costa (antiga travessa de Oloke) nº 12, no bairro do Engenho Velho de Brotas - Salvador - Bahia, para que quando alguém ouvir falar de nosso Asé, saibam quem somos e de onde viemos.




Em primeiro lugar vamos à origem na África, mais exatamente em Ekiti-Efòn (não confundir com Ìfòn, a terra de Òsáàlúfòn) no Brasil usa-se o termo "Lokiti 
Efòn " e onde reina absoluta aquela que é a rainha da nação no Brasil,  Efò , ou seja, Òsùn. Pois é bom esclarecer que  Òsùn. , nossa matriarca, é nascida em Ekiti- Efòn , onde ela era considerada a mãe de Inlé, Ìyèmojá e do Awùjálè de Ijèbu-Ere, no estado de Ekiti (Onodèlè Epega).


 Para concluir podemos traduzir o nome da divindade
 Efòn  dos tempos ti ti lai como sendo  Òsùn , nome de seu rio e onde guardava seus tesouros, companheira inseparável de  Òlòròkè  que é seu pai, ficando assim esclarecido o porque da casa chamar-se terreiro do  Òlòròkè  e  Òsùn  ser a dona do A, sendo ele louvado juntamente com  Òsùn  nos nossos principais ritos.

Pois bem, foi desta localidade, que veio para o Brasil na condição de escravos por volta de 1850 o fundador da nação no Brasil, um Tio Africano , chamado José Firmino dos Santos, mais conhecido como, Tio Firmo (
Òsùn Tádè) que veio da região de Ìjèsá .

Sua cidade natal seria Ilèsá na antiga
 Ìjèsá  onde foi iniciado para Òsùn , e foi na cidade de Ìfòn que ele se iniciou em Ifá e recebeu o nome de Bàbá Èrùfá.



                                                                       Maria Violão




 Juntamente com ele, veio uma uma princesa do Ekiti-
 Efòn  , de nome Maria da Paixão(Adèbolú), mais conhecida como Maria Violão, trouxe como òrìsà particular rei da nação,  Òlòròkè  (Aquele que é cultuado no alto). Como Adèbolú, seu nome, significa A coroa que cobre a terra símbolo real por excelência.




Por volta de 1860 Tio Firmo e Maria Bernarda fundam o A 
Òlòròkè  no engenho velho de Brotas, onde encontra-se até hoje, plantando ali o A de  Òsùn  e com isto além de fundar uma casa fundam também a Nação   Efòn .


Mais tarde tio Firmo passa a viver maritalmente com Maria Bernarda da Paixão que era sua governanta e passam a dividir as funções do A.


Acredita-se que nesta época ambos já eram libertos.

Os Òjùgbó ou assentamentos dos òrìsà foram trazidos da África e estão até a presente data preservados no Ilè. La encontra-se a 
Òsùn  de Tio Firmo e Òlòkè de Maria Bernarda entre outros.

Apesar da libertação dos escravos, a perseguição a cultos Afros foi intensa e conta-se que Tio Firmo foi preso por várias vezes.

A árvore do Iroko, um dos símbolos da casa, foi plantada após a libertação dos escravos, mas bem no final do século XIX, e a muda do Iroko veio da Casa de Òsùmàrè.

Outra história interessante do Iroko do terreiro do 
Òlòròkè  , é que onde ele foi plantado era caminho das pessoas, pois ainda não haviam muros nem cercas e foi debaixo do Iroko da casa, que a finada Mãe Runho da nação Jeje deu a luz a Nicinha Lòkòsi e esta informação pode ser confirmada por Nenê de Òsògìyòn neto carnal de Runho e por outros antigos ligados ao Bogún.

Tio firmo vindo a falecer por volta de 1905 , fica a frente do Ase., Maria da Paixão (Adèbolú). Maria Violão iniciou várias pessoas entre os quais podemos citar Mãe Milu que foi a Ya kekere do Asé, Matilde de Jagun (Bàbá Olúwa) sua sucessora e terceira mãe da casa,Cristóvão Lopes dos Anjos (Ògún Anaweji) , Celina de Yemonja (esposa de Cristóvão), Paulo de Sàngó, filho carnal de Mãe Milu, Crispina de Ògún, a quinta pessoa a governar o A, e muitos outros.



Matilde Muniz Nascimento



No dia 4 de outubro de 1936 morre Maria Bernarda da Paixão aos 94 anos de idade. Após muitas divergências assume a casa Matilde de Jagun, Bàbá Olúwa, que fez muitos èlègùn entre os quais Noélia de 
Òsùn e Emiliana também de Òsùn. Tia Matilde tinha vontade que Waldemiro de Sàngó (Obálokitiasi) feito na casa por Cristóvão Lopes dos Anjos (Ògún Anaweji) e que tomou 7 anos com ela assumise o A quando ela fosse. Mãe Matilde vem a falecer no dia 30 de outubro de 1970 aos 67 anos de idade.



Cristovão Lopes




Após o falecimento de Matilde quem assume a casa é Cristóvão de Ògún que faleceu no dia 23 de setembro de 1985 aos 83 anos de idade. Após a morte de Cristóvão, a casa do A ficou fechada. Waldemiro de Sàngó(Obálokitiasi) Baiano comprou a terra que fica o barracão, tentando assim levar à frente para que o A não acabe.

Baiano então reabre o A e senta na cadeira Mãe Crispina de Ògún. Após a morte de Mãe Crispina, a cadeira está a espera de uma nova Ìyálòrìsà ou Bàbálòrìsà até a data de hoje.







Um comentário:

Unknown disse...

Depois de 16 anos de iniciada troquei o Ketu pelo Efon por motivos particlares,
Amei conhecer a Historia da Nação Efon amo meu Axé vou tirar copia e guardar e passar para meus irmãos de Barco Motumba Dofona de Ogum.
Reginaceliax@gmail.com.